Com investimento do Governo do Amapá, o Ciclo do Marabaixo 2024, que celebra a cultura centenária afro-amapaense e este ano exaltou o tema: “O rufar dos tambores para além da tradição”, encerra domingo, 2 de junho. Pela tradição, a data é chamada de “Domingo do Senhor”, por se tratar do primeiro, após a celebração de Corpus Christi.
A programação de encerramento, porém, começa neste sábado, 1º de junho, com a derrubada dos mastros nos barracões da Zona Rural de Macapá. Na comunidade de Campina Grande, localizada às margens da BR-156, a festividade segue com ladainha, rodas de Marabaixo e baile de encerramento.
Ainda no sábado, o Barracão Santíssima Trindade da Casa Grande, na Rodovia AP-070, sediará os eventos que inicia bem cedo, com alvorada e queima de fogos. Ao longo do dia, haverá almoço, final do torneio de futebol e inicia a grande roda de Marabaixo, que segue até o amanhecer de domingo.
“A expectativa é grande. Chegamos ao fim de mais um Ciclo do Marabaixo, com a certeza de ter feito o melhor para manter essa tradição, que é passada por gerações. Estamos deixando um legado de nossos ancestrais para ser respeitado e perpetuado”, destaca dona Josefa Chagas, coordenadora do grupo cultural de Casa Grande. No domingo, 2, os mastros serão derrubados nos barracões da Zona Urbana, Gertrudes Saturnino (Berço do Marabaixo), Dica Congó (Raízes da Favela), Tia Biló (Raimundo Ladislau) e Marabaixo do Pavão. É nessa ocasião que também serão escolhidos os festeiros para o próximo ano.
“Sempre fazemos o impossível para manter e fortalecer nossa tradição. O Ciclo do Marabaixo é para nós, um período de muito trabalho, mas também de muita gratidão, por saber que fazemos o nosso melhor. Essa cultura veio dos nossos antepassados e precisamos garantir que ela continue firme e forte. Seguimos resistindo”, ressalta Joaquim Ramos, o Mestre Munjoca, coordenador do grupo Raimundo Ladislau, do bairro do Laguinho.
Tradição fomentada pelo Governo do Estado
Com o tema: “O rufar dos tambores para além da tradição”, o Ciclo do Marabaixo 2024 é realizado pelos grupos culturais, como sinônimo de cultura, fé e resistência. A programação, que se integra com o calendário da Igreja Católica, iniciou no dia 30 de março, “Sábado de Aleluia” e segue até o “Domingo do Senhor”.
A tradição é fomentada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), tendo o apoio da Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo). Este ano, o investimento no Ciclo do Marabaixo foi na ordem de R$ 1,4 mihão, cada grupo cultural recebeu R$ 82 mil para a realização de suas programações.
Central do Marabaixo
Pelo segundo ano seguido, tradição, cultura e ancestralidade afro-amapaenses foram celebradas pelo Governo do Estado com a Central do Marabaixo. Com direito a muita música e dança, o evento encantou o público no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, em Macapá.
No espaço, os amapaenses e turistas conheceram a história e os elementos da cultura negra do estado, como a gengibirra, o cozidão, bandeiras, mastros, a murta e outros símbolos da expressão cultural criadas e mantidas pelas comunidades. Programação de encerramento
Ciclo do Marabaixo 2024
- Dia 1º de junho (sábado)
5h – Alvorada com fogos;
12h – Almoço e início do Marabaixo;
14h – Final do Torneio de futebol;
19h – Jantar;
21h – Roda de Marabaixo até ao amanhecer para a derruba do Mastro (Casa Grande);
18h – Derruba do mastro;
19h – Ladainha;
19h – Roda de Marabaixo;
0h – Baile de Enceramento (Campina Grande);
- Dia 2 de junho (domingo)
17h – Derruba do mastro (Berço do Marabaixo);
18h – Derruba do mastro e entrega da bandeira aos novos festeiros (Marabaixo do Pavão);
17h – Marabaixo do Domingo do Senhor com a derrubada dos mastros e as escolhas dos festeiros para o próximo ano (Raízes da Favela);
17h – Domingo do Senhor, com a derruba do mastro e escolha dos festeiros para o próximo ano (Grupo Raimundo Ladislau).